Uma lágrima escorreu. E outras, timidamente, foram atrás.
Um aperto na garganta quase me sufocou.
Não, eu não a conhecia.
Mas conheço bem a dor dessa perda, só que por um outro ponto de vista.
Meu pai morreu há exatos 22 anos atrás. Por decisão própria. Por não conseguir enxergar outro jeito, outra saída. Imagino os demônios que ele teve que enfrentar para tomar aquela atitude. Ele me buscou na escola e me deixou dormindo, na casa da minha avó. Uma carta veio depois, pedindo a ela que sempre olhasse por sua “coisinha bonitinha do pai”.
Havia muito amor naquela carta.
Ele partiu, aos 33 anos. Eu tinha 4 anos de idade.
Mesmo assim, nunca o amei menos por isso.
Quem somos nós, pra julgar a atitude de uma pessoa? Que autoridade temos para analisar sentimentos e decisões alheias, quando, muitas vezes, não prestamos atenção em nossos próprios atos?
Enquanto acontece um verdadeiro julgamento na internet sobre o assunto, pessoas próximas, amigos e familiares estão em algum lugar precisando de apoio. De conforto. De um ombro amigo.
Uso, hoje, este espaço para expressar o meu sentimento e apoio aos que estão sofrendo pela perda da Marisa. Minha voz está embargada e o coração apertado por cada um de vocês, que eu nem bem conheço.
Força!
Das trevas sempre vem a luz. E que com ela permaneça, em suas memórias, apenas os bons momentos.
Isso é tudo o que eu queria dizer e não caberia em 140 caracteres.
Julia Gil
É nessas horas que a gente vê quem consegue superar as tragédias que acontecem na nossa vida e olhar pros fatos sem rancor, de quem não consegue fazer isso.
Texto lindo.
Beijos
As pessoas fazem muitos julgamentos, mas quem pode de fato compreender o que a motivou e o que passava por seu coração e mente quando tomou sua decisão?
Que respeitem o livre-arbítrio e a dor familiar,apenas.
Belo texto!
A humanidade por vezes me cansa, Julia. Só não esmoreço de vez porque sei que, em meio à arrogância, à prepotência e à ignorância que grassa por aí, sei que há muita gente fina, elegante e sincera. Lembro sempre daquele verso dos Beatles, que é como um mantra para mim: “And, in the end, the love you take is equal to the love you make”.
Um abraço. E obrigado por compartilhar a sua história e, principalmente, a sabedoria de suas palavras.
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Oi Júlia
Vou ser bem sincera.
Não sei quem é a Marisa. Só imagino o que aconteceu por causa do teu post.
Venho me embranhando em uma jornada para conhecer novos blogs.
Ando em busca de gente diferente. Interessante.
Claro que fiquei com um nó na garganta ao ler a tua mensagem. Não esperava essa recepção.
Mas, por favor, não me entenda mal. Isso não é uma crítica. Bem pelo contrário.
A tua intensidade me tocou de uma forma que eu não esperava que acontecesse.
Normalmente não acontece, não é?
Júlia, parabéns pelo texto!
Eu também não sei quem é Marisa, mas sei como é bom compartilhar o que estamos sentindo, e como nossa dor pode muitas vezes diminuir quando o fazemos. E tem muita gente no mundo julgando atos como esse sem antes saber do que a pessoa estava precisando. Todos precisamos de um ombro amigo.
Beijos.